terça-feira, 30 de julho de 2013

O mau hábito de NÃO tomar café da manhã e as principais desculpas

O que você entende por "Café da Manhã"?
Tal expressão pode ser entendida de forma equivocada por algumas pessoas, que limitam essa importante refeição a, literalmente, uma xícara de café e mais nada.

Ok, mas o que comer e por quê?
No período do sono, seu organismo gasta energia pra manter suas funções vitais (circulação do sangue, respiração, trabalho dos rins, entre outras atividades). Quando você acorda, é necessário reabastecer os estoques de energia que foram gastos durante a noite, período de jejum involuntário, daí o fato de "desjejum" ser o nome mais adequado para a primeira refeição do dia.
Estudos mostram que as pessoas que tomam o café da manhã de forma completa (com alimentos do grupo de leite e derivados, pães e cereais e frutas, por exemplo) apresentam uma diminuição do risco de sobrepeso e obesidade, melhoria no rendimento escolar, melhor desempenho cognitivo, atenção, memória e frequência escolar. Ao passo que o NÃO consumo dessa refeição apresenta relação com o aumento do consumo de lanches calóricos (ricos em carboidratos e gorduras), fraqueza devido à falta da quantidade necessária de nutrientes, cansaço, apatia e irritabilidade, além de favorecimento de uma possível deficiência de cálcio, uma vez que é nessa refeição que geralmente se concentra o maior consumo diário de leite e derivados, que são fontes desse mineral.

Se o que eu disse ainda não foi suficiente para convencê-lo a incluir essa refeição no seu dia-a-dia, aí vão algumas curiosidades:
- Pessoas que fazem o desjejum regularmente apresentam menores níveis de um hormônio chamado cortisol, que estimula a perda de massa muscular e deposição de gordura na região abdominal.
- Pessoas que pulam essa refeição tem uma maior probabilidade de se tornarem obesas, comparadas às pessoas que fazem o desjejum diariamente.
- Realizar essa refeição estimula o metabolismo logo no início do dia, o que contribui para aumentar e/ou regular o gasto energético do organismo.

Caso você já tenha desculpas na ponta da língua, vejamos estratégias pra que você possa finalmente incluir o desjejum em seu cotidiano:

1) "Minha manhã é muito corrida, não tenho tempo."
- Acorde de 5 a 10 minutos mais cedo, já é um tempo que te permite comer alguma coisa antes de sair de casa.
- Prepare alguma coisa na noite anterior: deixe uma fruta picada, separe os utensílios que serão utilizados, arrume a mesa.
- Leve o café da manhã para o trabalho ou coma-o no caminho, há opções práticas e fáceis de serem transportadas, por exemplo: iogurte + granola + fruta. Atente-se com relação ao tempo para não ficar mais de 30 minutos em jejum após acordar, se não for possível comer dentro desse período, coma ao menos um dos itens para não ficar com o estômago vazio até poder realizar o desjejum completo.

2) "Não sinto fome. Há muito tempo não tenho o hábito de fazer o café da manhã."
Pense comigo: se você ficasse sem comer, durante o dia, por um período de 6 a 8 horas, seria natural que tivesse fome ao final desse intervalo de tempo, certo? Pela manhã o corpo libera um composto químico cerebral chamado neuropeptídeo Y (NPY) que tem a função de estimular o apetite. Talvez você tenha ficado tanto tempo ignorando esses sinais de alerta, que o organismo parou de enviá-los. Sendo assim, comece a resgatar esse hábito fazendo um desjejum leve, por exemplo: uma fatia de pão integral com uma fatia de queijo magro e uma fruta, ou suco.
Em cerca de duas semanas você irá "reprogramar" o seu apetite matinal.

3) "Fico com o fome o dia inteiro quando tomo café da manhã."
O aumento da fome se deve ao tipo de alimento consumido: carboidratos refinados (como pão branco e biscoitos doces) sem nenhum acompanhamento. Por exemplo, um pãozinho + café, não produzem saciedade e te deixam com fome rapidamente. Para resolver isso basta trocar os carboidratos refinados pelos integrais (ricos em fibras, que prolongam a sensação de saciedade) e acrescentar um alimento do grupo de leite e derivados para servir de fonte de proteínas. Dos nutrientes que fornecem energia, esses são os que saciam mais, além de "darem mais trabalho" para serem digeridos e absorvidos pelo organismo, resultando em um maior gasto energético. Assim, trocar o pãozinho por 2 fatias de pão integral e uma fatia de queijo magro, acompanhado pelo suco de uma fruta, seria mais eficiente para "frear" o apetite ao longo do dia.

O desjejum é uma das três refeições principais do dia e está associado a um estilo de vida saudável. Aproveite e tenha um bom dia!

Obs: essas recomendações são para a população saudável em geral.

Referências:
- Somer, Elizabeth. Coma e seja feliz: Descubra os segredos para melhorar o humor, ter mais energia e se manter em forma/Elizabeth Somer; tradução André Jenkino. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2010.
- TRANCOSO SC, CAVALLI SB, PROENÇA RPC. Café da manhã: caracterização, consumo e importância para a saúde. Rev. Nutr., Campinas, 23(5):859-869, set./out., 2010

By Jéssica

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Temperos e ervas na culinária

O blog tá de cara nova! Mas notaram que a pimenta continuou? Aí vocês pensam: "E daí? E a alimentação e saúde com a pimenta?" Ora, alimentação saudável não se limita a nutrientes, é uma combinação de alimentos, suas cores e sabores, entre outras coisas. Logo, para se ter uma alimentação saudável é preciso alimentos gostosos também, e os temperos, como a pimenta, colaboram nesse ponto.

Falando em pimenta e temperos, vamos aproveitar para falar (e de repente conhecer) alguns outros alimentos desse grupo?

O uso das especiarias tem sido observado desde o começo do desenvolvimento da arte culinária. São substâncias usadas para ressaltar o sabor natural dos alimentos ou para conferir um novo sabor às preparações. Além disso, as ervas dão identidade aos alimentos, como o orégano na pizza, canela no arroz doce, manjericão nos molhos de tomate e louro no feijão. 

As especiarias são as melhores opções no combate à hipertensão arterial, pois fazendo uso delas, reduzimos o uso de sal na comida! Mas se você ainda não sabe onde e como usá-las, confira o quadro abaixo:


Ervas
Sabores
Formas de uso
Sugestões de uso
Anis Estrelado

Suave, aromático e apimentado- adocicado

Inteiro, quebrado, em sementes e em pó

Carne de porco, frango e peixes.

Noz Moscada
Doce e perfumada

Inteira ou em pó

Macarrões recheados, molhos de carne e branco, espinafre e batata gratinados, bolos e biscoitos.
Manjericão
Adocicado, suave, levemente apimentado e aromático
Fresco ou desidratado
Peixes, frango, salada, ovos, tomates e molhos para massas.
Segurelha
Picante e levemente cítrica
Fresco ou desidratado
Feijão, ovos, carnes grelhadas e molhos de tomates
Páprica

Picante, doce ou apimentada

Em pó

Carne de boi e frango, ovos e legumes.
Tomilho

Intensamente aromático


Fresco


Carnes em geral, batatas assadas, molhos e saladas.

Alecrim
Picante, oleoso e aromático
Fresco ou desidratado
Carne de frango, porco e peixe; pães, batata, sopas e omeletes.
Salsinha

Fresca e suave


Fresco ou desidratado


Ovos, peixes, sopas, pão e batata.

Coentro
Intensamente aromático, sabor forte
Fresco ou desidratado
Cenouras, saladas e peixes.
Cebolinha


Suave, gosto de cebola

Fresco ou desidratado
Peixes, ovos, queijos, saladas, sopas e batatas.
Alho
Intensamente aromático, sabor forte
Fresco ou desidratado
Várias preparações.
Hortelã

Forte, doce e adstringente

Fresco ou desidratado
Pepino, batatas, ervilhas, queijos, sopas, iogurte, molhos para saladas e peixes.

Louro
Aromático e picante
Fresco ou desidratado
Feijão, sopas, caldos, cozidos e molhos.
Orégano
Doce, aromático e picante
Fresco ou desidratado
Carnes grelhadas, frango, molhos de tomate, ovos, queijos.
Sálvia
Aromática e levemente amarga

Fresco ou desidratado
Carne de porco, ovos, ricota, massas.
Canela
Doce, suave e aromática

Em pau ou em pó


Sobremesas de frutas, bolos e pães rápidos.

Erva-doce
Suave, aromático e apimentado- adocicado

Fresco ou desidratado

Sopas de peixe, carne de porco e ovos.

“Herbes de Provence”
Mistura de ervas frescas ou desidratadas: tomilho, alecrim, louro, manjericão, segurelha e alfazema.
Fresco ou desidratado
Carnes em geral.
Cravo da Índia
Doce e forte
Flores inteiras ou em pó
Carne de porco, batata-doce, bolos temperados, maçã e outras frutas.
Cominho
Picante, suave e terroso
Sementes inteiras ou em pó
Carne de porco e frango, queijos e sopas.

Usar as ervas frescas é melhor, mas se você não as encontra com facilidade no mercado, ou não tem a possibilidade de ter uma mini horta em casa, a saída é usar as ervas secas. E dá para desidratá-las em casa! Pode-se usar manjericão, salsinha, orégano... Veja como:


1 - No mercado escolher as ervas firmes e com cor viva!

2 - Lave as folhas uma a uma, em água corrente.
3 - Espalhe-as sobre um pano de prato limpo e seco. Deixando secar completamente.
4 - Coloque as folhas em um papel toalha de boa absorção, bem espalhadas.
5 - Leve ao forno micro-ondas por 3 minutos. Importante, aos 2 minutos, verifique se o papel está muito molhado, se sim, é preciso trocá-lo.
6 - Com as folhas totalmente secas, guarde-as em um pote de vidro, totalmente limpo e seco. Se preferir pode triturar as folhas antes de armazená-las usando os dedos mesmo.

A validade das ervas desidratadas é de 6 meses!

Agora é só acrescentar esses temperos aos seus pratos!

Referências:

- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Guia alimentar para a população brasileira: promovendo a alimentação saudável. Secretária de Atenção à Saúde, Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.



- WRIGHT, J.; TREUILLE E. Le Cordon Bleu: todas as técnicas culinárias. São Paulo: Marco ZERO, 1997. p.351. 


By Stefânia